A Cultura brasileira vive momentos tristes, morreu, na tarde
de ontem, quarta-feira, às 15h05, o ator Jorge Dória,
aos 92 anos. Ele estava internado na UTI do hospital Barra D'Or, no Rio de
Janeiro, em estado grave. Dória estava tratando de uma infecção respiratória e
morreu de complicações cardiorrespiratórias e renais. Ele fazia uso de
respirador e estava sendo medicado com remédios para controlar a pressão. O
artista deu entrada no centro médico no dia 27 de setembro.
O velório será nesta quinta,
hoje, às 11h, no Memorial do Carmo, no Caju, no centro do Rio. A
cremação será às 16h do mesmo dia.
A última aparição do ator na TV foi no humorístico
"Zorra Total", da TV Globo, dirigido por Maurício Sherman.
Jorge deixa um filho, Rodrigo, do casamento com a atriz Leda
Valle. Ele também foi casado com a vedete Irís Bruzzi.
Carioca da Vila Isabel, Jorge Pires Ferreira, o Jorge Dória,
iniciou na carreira artística na década de 1940, quando abandonou o emprego
estável. Fez sua estreia no teatro, trabalhando na companhia de Eva Todor e
Luis Iglesias, da qual foi integrante por 10 anos.
Iniciou no cinema em um papel coadjuvante no melodrama
"Mãe" (1947), do radialista Teófilo de Barros. Depois, o estúdio
Atlântida o contratou para o melodrama antirracista "Também Somos
Irmãos" (1950) e o policial "Maior que o Ódio" (1951), ambos de
José Carlos Burle.
Em 1962, foi um delegado no premiado "Assalto ao Trem
Pagador", de Roberto Faria, que lhe rendeu o Prêmio Saci de melhor ator
coadjuvante.
Fã de filmes policiais, criou o argumento e colaborou no
roteiro de mais dois filmes do gênero: "Amei um Bicheiro" (1952), de
Jorge Ileli e Paulo Wanderlei; e "Mulheres e Milhões" (1961), de
Ileli. Colaborou para o argumento de "Absolutamente Certo" (1957), de
Anselmo Duarte, e de outros 11 filmes. Nunca escreveu para o teatro.
Estreou na televisão em 1970, na extinta TV Tupi, no elenco
da novela "E Nós, Aonde Vamos?", da cubana Glória Magadan. Foi para a
Globo em 1973, onde participou da primeira versão do seriado "A Grande
Família", em que fez o papel do patriarca Lineu, interpretado por Marco
Nanini atualmente.
Sua primeira novela na emissora foi "O Noviço", em
1975, adaptação de Mário Lago para a peça homônima de Martins Pena. Depois de
um breve período na TV Tupi, em que atuou na novela Aritana, de Ivani Ribeiro,
voltou à Globo em 1978, para protagonizar "O Pulo do Gato".
Em 1974, viveu no teatro o homossexual George na primeira
montagem da comédia "A Gaiola das Loucas", de Jean Poiret, com
adaptação e direção de João Bethencourt. Voltou ao espetáculo em 1995. Atuou em
vários filmes do gênero pornochanchada, entre elas, "Como é Boa a Nossa
Empregada" (1973), "Oh, que Delícia de Patrão!" (1974) e
"Com as Calças na Mão" (1975).
Na TV, Jorge Dória ainda participou de tramas como
"Tieta", "Deus nos Acuda", "Meu Bem, Meu Mal",
"Era Uma Vez" e "Suave Veneno". O sucesso de público veio
com "Que Rei Sou eu?", de 1989, onde viveu conselheiro Vanoli Berval.
Sua última participação na televisão foi em "Zorra Total".
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